Como mudar de marchas corretamente

troca de marchas (1)

Ao iniciarem as aulas de direção, uma das dificuldades mais mencionadas pelos condutores é a troca de marcha -perdendo só para a terrível baliza. Alguns alunos até afirmam que “deveriam fazer carro sem marchas” e mesmo que passem no exame de direção, as marchas continuam amedrontando o motorista na hora de dirigir. E se o carro ‘morrer’? 😳

Primeiro, vamos explicar o que são e para que servem as marchas do carro e garantir a vocês que passar as marchas não é algo tão complicado assim.

Para que servem as marchas do carro? 

As marchas do carro são responsáveis por transmitir às rodas a quantidade de giros certos para cada grupo de velocidades pertencentes a cada marcha. Cada vez que colocamos o carro em movimento e aceleramos para ele ir mais rápido, o motor vai enviar comando e força para as rodas. Ou seja, quando você andar devagar, equivalerá ás marchas mais baixas do carro. Quando você quiser aumentar a velocidade, você estará mudando de marcha até aumentá-la ao ponto de correr, que seria, por comparação, as marchas mais altas do carro.

No carro, é o sistema de embreagem que permite a troca de marchas, ou seja, que o motor se comunique com as rodas transmitindo a força e o giro ideal de acordo com a velocidade. Agora, vamos conhecer as marchas do carro e suas relações com cada velocidade.

Nos carros de motor 1.0, é possível encontrar a recomendação do fabricante para as velocidades ideais de acordo com cada tipo de marcha. Mas, no geral, a relação entre marcha e velocidade é a seguinte.

1ª marcha: só para sair com o carro até 20km/h

2ª marcha: de mais de 20km/h a 40km/h

3ª marcha: de mais de 40km/h a 60km/h

4ª marcha: de mais de 60km/h até 75km/h

5ª marcha: mais de 75km/h

Cada marcha tem um grupo de velocidades ideias para dirigir sem exigir muito do motor e fazer com que o carro rode econômico e com segurança. Por exemplo, se você acelerar até chegar ao limite de uma marcha qualquer e não trocar para a marcha seguinte, o motor do carro vai pedir mais giro e vai berrar. Exemplificando: você está rodando com a 4ª marcha engatada, portanto, o grupo de velocidade ideal é de 60 a 75km/h. Porém, você desacelerou e no velocímetro marca 30km/h. Aí teremos um problema: o carro vai ficar pesado, não vai evoluir, você vai cansar de pisar no acelerador, só vai mandar mais gasolina para o sistema, o carro irá ficar beberrão e começar a soquear até morrer.

O ideal nesse momento é conferir em que marcha o carro está e qual a velocidade correspondente a essa marcha. No exemplo anterior, com a 4ª engatada e uma velocidade de 30km/h (velocidade de 2ª marcha), o ideal é pisar fundo na embreagem e reduzir direto para a 2ª marcha, assim o carro recupera a força e volta a rodar na faixa de velocidades ideais.

De uma maneira mais simplificada e resumida, memorize da seguinte forma:

Marchas baixas (1ª,2ª e 3ª) = carro mais pesado, com velocidade menor e mais fácil de controlar. 

Marchas altas (4ª e 5ª) = carro mais leve, pedindo mais velocidade e mais difícil de controlar, principalmente em curvas.

Características de cada marcha 

Marcha a ré: é a marcha mais forte do carro, mas só pode ser usada para manobras mais curtas, manobras em estacionamento ou em linha reta de curto percurso.

1ª marcha: usada somente para sair com o carro até 20km/h.

2ª marcha: usada nas subidas de morros, ladeiras e aclives sem pavimentação (de barro, macadame, com pedriscos). Para velocidades de 20 a 40km/h. Marcha para ser usada em tráfego lento, engarrafamentos, quando a fila começa a andar bem devagarinho.

3ª marcha: também usada em baixas velocidades, geralmente para subir morros, ladeiras e aclives pavimentados (asfalto, paralelepípedo, bloquetes, etc…) de 40 a 50km/h. Ao andar com velocidades maiores, o carro fica mais pesado, exige que pise mais forte no pedal de aceleração e gasta mais combustível.

4ª marcha: o carro fica leve e difícil de fazer manobras rápidas. Marcha leve, ideal para rodar nas cidades porque não deixa o carro gastão, a direção fica leve e controla-se melhor o carro.

5ª marcha: é uma marcha leve, o carro pede mais velocidade e não permite certas manobras. Usada em rodovias, quando a velocidade é constante e os carros não estão muito próximos um do outro.

Dicas para saber se está na marcha certa ou errada

É normal algumas vezes bater o nervosismo e dar um branco para lembrar qual a faixa ideal de velocidades para cada tipo de marcha. Em seguida, o carro começa a dar sinais de que você está rodando na marcha e errada e o nervosismo só aumenta. Mas como identificar esses sinais e consertar de modo seguro?

Bem, se você estiver na marcha errada (marcha alta para velocidade baixa, ou vice-versa) o carro vai apresentar dois tipos de sintomas. Se o carro ficar “amarrado” e o motor berrar, ele está pedindo marcha mais alta. Caso o carro fique devagar, mais pesado, começar a dar socos e ameaçar parar ou morrer, ele está pedindo marcha mais baixa. Vamos entender e saber o que fazer nos dois casos.

Sintoma 1: carro fica “amarrado” e o motor berra: digamos que você rodando de 2ª marcha e acelerou até 45 ou 50 km/h. Se você continuar acelerando e demorar para passar a 3ª, o motor vai berrar, o que significa que o carro está pedindo marcha mais alta. Este princípio vale para todas as outras marchas, já que nunca devemos exigir mais velocidade do carro além daquela faixa de velocidade ideal para cada marcha. 

Sintoma 2: o carro fica devagar, pesado e parece que vai parar: vamos supor que você já conseguiu chegar à velocidade de 4ª marcha (entre 60 e 75km/h), mas por algum motivo você deixou de acelerar e de manter o carro nessa faixa de velocidade. O carro da frente estava andando devagar ou porque tem que fazer uma conversão entrando numa rua, por exemplo. Primeiramente, você irá aliviar o pé do acelerador para diminuir a velocidade, mas e a marcha? Como você estará de 4ª marcha e a velocidade não irá corresponder com ela, o carro vai dar socos e, se estiver em uma rua com subida ou desnível, o carro pode até morrer e voltar. Então, o que fazer nessa situação? É só você pisar na embreagem e passar a marcha direto correspondente a sua velocidade. Usando o exemplo anterior, você estava de 4ª marcha entre 50 e 65km/h e reduziu a velocidade para uns 30km/h, portanto, pisaria fundo na embreagem e passaria a 2ª marcha direto. 

Reduzir pulando uma ou mais marchas?

Pular uma ou mais marchas serve somente para reduzir, nunca para aumentar marchas e vamos explicar o porquê. Como mencionado anteriormente, a função das marchas é liberar o motor para ter mais giros, fazer o carro rodar com velocidade e mandar esse “aviso” para as rodas. Acontece que dentro do motor existe uma peça chamada correia dentada. Cada vez que o motor aumenta de giro com as marchas mais altas ou abaixa o giro com as marchas mais baixas, a correia dentada vai acompanhando esse aumento ou essa diminuição.

Para que a correia dentada trabalhe bem e dure mais tempo é preciso passar as marchas de acordo com suas faixas de velocidade ideais. Caso passemos a marcha errada ou perdemos a sincronia entre os pedais de embreagem e acelerador, a correia pode estragar com o tranco ocasionado.

Por esse motivo é que nunca se deve aumentar as marchas pulando uma, tem que ser uma por vez. Já para reduzir marchas pode-se pular mais de uma, desde que a velocidade baixe para dentro da faixa recomendada. Vamos exemplificar.

Você está rodando de 5ª marcha a 90km/h, mas percebe que tem uma fila de carros na sua frente diminuindo a velocidade e você terá que diminuir para 40km/h. Dependendo da distância que você está do carro da frente, o ideal seria tirar o pé do acelerador para usar o freio motor, ou seja, deixar o carro perder a velocidade sozinho até uns 70km/h e frear gradualmente até derrubar ainda mais essa velocidade para 40 km/h e aí sim, passar a 2ª marcha.

Mas como o carro estava rodando em 5ª marcha, portanto, uma velocidade alta (90km/h) e que dependendo do espaço, uma redução tão drástica assim de 90 para 40km/h e não pode ser feita tão rápido. Neste caso, se o espaço entre seu carro e o da frente for curto, o recomendável é tirar o pé do acelerador por alguns instantes, frear gradualmente até a velocidade chegar a 60km/h, e, ao  passar a 4ª marcha frear gradualmente e derrubar a velocidade para 40km/h passando logo a 2ª marcha.

O que dificulta reduções drásticas demais de 90km/h em 5ª marcha para 40km/h em 2ª marcha é a distância entre seu carro e o carro da frente. Se a distância for longa, sem problemas, basta ir freando, só que o carro vai demorar mais tempo para atingir esses 40km/h.

 

Isso acontece porque o motor estava antes em 5ª marcha e em velocidade alta, portanto, estava com grande quantidade de giros. E tem que levar em conta se o tempo que demora para reduzir vai ser suficiente para não chegar muito próximo do carro da frente. É nessas situações que derrubamos a velocidade de 90 para 60 km/h, passa a 4ª para ajudar o motor a perder giros mais depressa (ajudar a frear mais rápido), e já com giros menores, frear gradualmente de novo até a velocidade de 2ª marcha.

Resumindo: o carro irá reduzir a velocidade sem problemas e sem forçar muito o motor.

Quanto entra a marcha errada

Quem é que já não teve a intenção de passar a 1ª marcha e entrou a 3ª? Ou passou a 2ª marcha e entrou a 4ª? É muito comum ocorrer na fase de autoescola ou mesmo já habilitado. Isso acontece porque o aluno tem receio de errar a trocada ou simplesmente pela falta de prática. Com a falta de tranquilidade e calma, tendemos a mudar a marcha rápido demais, com mais força e aí que acontece o erro.

Na verdade, as marchas vão entrar certinho desde que não façamos muita força. Basta dar um toque suave na alavanca de marchas fazendo ela passar pelo ponto morto ou neutro e apenas indicar onde a marcha tem que entrar.

O segredo para não entrar a marcha errada é passá-las movendo a alavanca com suavidade. Se a alavanca arranhar na passagem da marcha, verifique se você pisou certinho na embreagem até o fundo.

Agora que vocês já sabem a faixa de velocidade ideal para cada tipo de marcha, já sabem que não pode colocar muita força ao trocar de marcha é só treinar, praticar. Além de ler e entender, é preciso praticar para dominar mais essa dificuldade. Dominando, vocês vão ficar mais seguros e dirigir vai deixar de ser algo tão assustador. 🚗😉

 

Fonte: Livro Aprendendo a Dirigir, Márcia Pontes.лобановский класспинапкак пользоваться спонжем для тонального кремаперфарацияhttps://zachestnyibiznes.ru/fl/fl-card?inn=772978649834st petersburg things to do